Para secretário-executivo da conferência em Belém, cidade quer usar conferência para projetar soluções amazônicas, valorizar a cultura e engajar setor produtivo na transição para uma economia. Foto: divulgação

COP30 é chance de ouro para indústria na transição ecológica, diz André Godinho

Com a proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a capital paraense acelera os preparativos para receber o mundo. Mais do que um esforço logístico, a cidade encara o evento como uma oportunidade estratégica para se afirmar como vitrine da Amazônia: com sua diversidade cultural, os saberes dos povos tradicionais e o potencial de uma indústria que busca se alinhar às exigências da transição ecológica.

Segundo o secretário-executivo da COP 30 em Belém, André Godinho, o evento representa uma “vitrine importante para negócios sustentáveis” e um momento estratégico para mostrar que o setor produtivo brasileiro está comprometido com a agenda climática.

Em entrevista à Agência de Notícias da Indústria, Godinho destaca a importância do diálogo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com as federações estaduais, e afirma que a COP30 pode marcar o início de uma transformação econômica duradoura para Belém, pautada pela floresta em pé, energia limpa e criação de empregos verdes.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Como o senhor descreveria o momento atual da preparação de Belém para a COP30? O que já está encaminhado e quais são os principais próximos passos?

Estamos num momento decisivo. Belém já vem se preparando desde o anúncio da COP30 e, hoje, estamos com diversas frentes avançadas, tanto em obras de infraestrutura quanto na organização da programação oficial da cidade. Agora, o foco é garantir que tudo isso esteja conectado, que a cidade funcione bem para quem mora aqui e para quem vai nos visitar. Os próximos passos envolvem intensificar a articulação com os demais níveis de governo e com a sociedade civil, porque a COP30 não é só um evento: é uma chance de virar a chave para o futuro que queremos.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Quais são as maiores expectativas da prefeitura em relação ao legado que a COP30 pode deixar para a cidade e para a população de Belém?

A principal expectativa é que a COP30 deixe um legado permanente para Belém. Não se trata apenas de receber bem um evento internacional, mas de aproveitar essa visibilidade para acelerar transformações que já são urgentes. Queremos que o morador de Belém sinta, no dia a dia, que algo mudou pra melhor, que ficou mais fácil circular pela cidade, que há mais espaços públicos qualificados, que há mais oportunidades para quem vive aqui.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: A COP30 acontece em um contexto global de urgência climática. Como Belém pretende se apresentar ao mundo nesse evento? Que imagem a cidade quer transmitir?

Belém quer mostrar ao mundo que é uma capital amazônica viva, criativa e pronta para liderar pelo exemplo. Somos uma cidade que sente os impactos das mudanças climáticas na pele, mas que também guarda soluções ancestrais, culturais e tecnológicas que podem inspirar o planeta. Queremos nos apresentar como uma cidade que respeita a floresta, valoriza seus povos e está comprometida com um desenvolvimento justo, inclusivo e sustentável.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Sabemos que eventos desse porte demandam grandes transformações urbanas e logísticas. Quais têm sido os maiores desafios enfrentados pela gestão municipal até aqui?

Os desafios são muitos e passam por questões históricas da nossa cidade. Mas temos enfrentado isso com planejamento e muito diálogo. Estamos atualizando projetos, buscando soluções criativas e firmando parcerias para que as transformações cheguem com o menor impacto possível e com o máximo de eficiência.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Como a prefeitura está se articulando com os governos estadual e federal para garantir a infraestrutura necessária para receber os participantes da COP30?

A articulação tem sido constante. Criamos uma estrutura específica para isso, com canais de diálogo abertos com o governo federal e estadual. Temos participado de reuniões semanais com as secretarias, com os ministérios e com órgãos estaduais para garantir que todas as obras e ações estejam integradas.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Há preocupação com o impacto das obras e das mudanças urbanas na vida cotidiana da população local? Como a prefeitura está lidando com isso?

Sim, essa é uma preocupação constante. Estamos trabalhando para que as intervenções sejam feitas com transparência, diálogo com as comunidades e, sempre que possível, de forma escalonada. Além disso, estamos investindo em comunicação clara com a população, para que todos saibam o que está acontecendo, por quê e qual é o benefício futuro.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: De que forma a população de Belém está sendo envolvida no processo de preparação da COP30?

A COP30 não vai acontecer só dentro dos espaços oficiais, ela vai acontecer nas ruas, nos bairros, nas escolas, nas praças. Estamos montando uma programação ampla, escutando movimentos sociais, coletivos, universidades e entidades comunitárias para construir juntos essa experiência.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Há planos específicos para garantir que as comunidades amazônicas e os povos tradicionais tenham espaço de fala e visibilidade durante a conferência?

Com certeza. Esse é um ponto inegociável para nós. Belém é a porta de entrada da Amazônia e essa conferência precisa refletir isso de forma legítima. Já estamos em diálogo com organizações para garantir que suas vozes estejam presentes, não só como pauta, mas como protagonistas.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: A indústria tem se mostrado um ator relevante nas discussões climáticas, especialmente em temas como descarbonização, bioeconomia e mercado de carbono. Como o município tem se articulado com o setor produtivo nesse processo de preparação?

A COP30 é uma vitrine importante para negócios sustentáveis. Belém quer ser um território fértil para essas iniciativas, e isso passa por escutar, propor e construir em conjunto com quem cria emprego, renda e inovação.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Qual é a visão da prefeitura sobre a presença e o papel da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das federações estaduais no contexto da COP30?

O papel da CNI e das federações é estratégico. Elas têm capilaridade, força política e técnica para influenciar o setor produtivo em todo o país. Acreditamos que a COP30 é uma chance de ouro para a indústria brasileira mostrar ao mundo que está comprometida com a transição ecológica, e queremos fazer parte desse movimento. A prefeitura está aberta ao diálogo e pronta para construir parcerias que gerem impacto real.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Na sua visão, quais são as oportunidades para a indústria local e nacional dentro de uma economia mais verde e de baixo carbono? E como Belém pode se beneficiar disso a longo prazo?

Há uma nova economia em construção, e ela passa pela floresta em pé, pela energia limpa, pelos produtos sustentáveis. Para a indústria, é a chance de diversificar, agregar valor e acessar mercados mais exigentes. Para Belém, é a possibilidade de criar emprego e renda com responsabilidade ambiental.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Há alguma expectativa de anúncio importante durante a COP30 envolvendo Belém ou o estado do Pará, em termos de projetos ou parcerias?

Estamos trabalhando para isso. Queremos que a COP30 seja um momento de anúncio de projetos estruturantes e esperamos que esse momento também traga investimentos concretos para além da conferência.

AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Que tipo de articulação internacional a cidade está buscando aproveitar ou iniciar durante o evento?

A COP30 é uma grande oportunidade para Belém ampliar seu diálogo com o mundo. Estamos atentos às possibilidades de cooperação internacional que o evento pode abrir, tanto com outras cidades quanto com organizações multilaterais. O objetivo é estabelecer conexões que fortaleçam nossa agenda climática e de desenvolvimento sustentável a longo prazo.

Por: Letícia Carvalho
Da Agência de Notícias da Indústria

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Aldo Cargnelutti

Empresário e jornalista, Aldo Cargnelutti é editor na Rede Brasil Inovador. Estamos promovendo os ecossistemas de inovação, impulsionando negócios e acelerando o crescimento econômico. Participe!

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