A inteligência artificial generativa está revolucionando o desenvolvimento de software e criando novas demandas por qualificação profissional no setor de tecnologia. Segundo o relatório Work Trend Index 2023 da Microsoft, 70% dos trabalhadores globais já delegariam o máximo de trabalho possível para IA, enquanto pesquisa do GitHub sobre o impacto do Copilot revelou que desenvolvedores usando IA completam tarefas 55% mais rápido. No Brasil, estudo da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) projeta que o país precisará de 797 mil profissionais de TI até 2025, com crescente demanda por especialistas em IA.
Para Cristina Boner, pioneira no setor de TI no Brasil, a transformação vai além da tecnologia. “Estamos vivendo um momento de inflexão. A IA generativa não substitui o profissional de TI, mas exige uma reformulação completa de suas competências. O desenvolvedor do futuro precisa ser um orquestrador de tecnologias, capaz de dialogar com sistemas de IA e garantir que as soluções sejam éticas e inclusivas”, afirma a empresária.
A discussão sobre ética em IA tem ganhado protagonismo feminino no setor. Pesquisa da McKinsey & Company sobre diversidade demonstra que empresas com maior diversidade de gênero têm 25% mais probabilidade de apresentar lucratividade acima da média, e no contexto de IA, equipes diversas são fundamentais para evitar vieses algorítmicos.
O impacto das ferramentas de IA generativa como ChatGPT, Claude e GitHub Copilot já é mensurável no dia a dia dos desenvolvedores. Dados do Stack Overflow Developer Survey 2024 mostram que 76% dos desenvolvedores já utilizam ou planejam utilizar ferramentas de IA em seu trabalho, mas apenas 42% sentem-se preparados para integrar essas tecnologias adequadamente.
“A requalificação não é mais opcional, é questão de sobrevivência profissional. Vejo muitas mulheres em TI abraçando essa transformação e se posicionando como líderes na implementação ética de IA. Elas entendem que a tecnologia precisa ser humanizada e inclusiva”, destaca a empresária Cristina Boner. “No meu dia a dia, percebo que as profissionais que investem em capacitação em IA estão conquistando posições estratégicas nas empresas.”
O Brasil enfrenta desafios particulares nessa transição. Segundo o Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots e IA 2023, o país conta com mais de 140 startups focadas em IA, mas ainda há escassez de profissionais qualificados. A participação feminina no setor permanece baixa, representando apenas 20% dos profissionais de TI, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
“Precisamos urgentemente de políticas públicas e iniciativas privadas que promovam a capacitação em IA, especialmente entre mulheres. A diversidade não é apenas uma questão de justiça social, é estratégica para o desenvolvimento de tecnologias mais seguras e inclusivas”, enfatiza a especialista.
A transformação digital acelerada pela IA generativa cria tanto oportunidades quanto desafios. Profissionais que dominam prompt engineering, ética em IA e integração de sistemas inteligentes estão sendo disputados no mercado. Por outro lado, aqueles que resistem à mudança correm o risco de obsolescência profissional.
Cristina Boner conclui com um alerta e um chamado à ação: “A janela de oportunidade está aberta agora. Profissionais de TI, especialmente mulheres, precisam investir em capacitação contínua. Não se trata apenas de aprender a usar ferramentas de IA, mas de entender como liderar essa transformação de forma ética e sustentável. O futuro do trabalho em TI será definido por quem souber combinar competências técnicas com visão humanística e capacidade de inovação responsável.”
A revolução da IA generativa está apenas começando, e o Brasil tem a oportunidade de posicionar-se como líder regional nessa transformação, desde que invista na qualificação de seus profissionais e na promoção da diversidade no setor tecnológico.
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