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CNI: Precisamos fazer uma revolução do setor automotivo de forma sustentável, diz presidente

CNI: Precisamos fazer uma revolução do setor automotivo de forma sustentável, diz presidente

“Precisamos fazer uma revolução do setor automotivo de forma sustentável no Brasil”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, durante evento de anúncio oficial de investimentos do Programa Rota 2030, realizado nesta terça-feira (21).

Ao ressaltar a importância de se investir na cadeia produtiva do setor automotivo no país, Alban destacou também que o encadeamento produtivo é o grande mote para que seja feita a verdadeira neoindustrialização no país. “O Rota 2030 representa a vontade de fazer mais e de acertar, até pela necessidade que o setor automotivo tem de se reinventar”.

O presidente da CNI também destacou que o Rota 2030, que destina R$ 270 milhões a cinco ações de inovação e eficiência energética no setor automotivo, é um importante passo para o país investir em inovação.


“Precisamos aproveitar a riqueza do Brasil e investir em tecnologia para impulsionar e desenvolver a ainda mais a indústria automotiva no país”, completou Alban.


“O nosso país vive um momento muito especial no que diz respeito à inovação. A combinação da nova estratégia de neoindustrialização com a ênfase do governo em inovação, é algo que nunca vimos até então”, enfatizou o presidente da Empresa Brasileira de Inovação Industrial (Embrapii), Chico Saboya. 

No evento, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou a importância de se avançar na inovação. “A neoindustrialização é baseada na inovação e na sustentabilidade. Não podemos desperdiçar recursos, precisamos ter foco e resultados na inovação, além de darmos importância para a sustentabilidade”, disse. 

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), com a coordenação do MDIC fomentarão projetos em inovação e eficiência energética no setor automotivo, com o objetivo de desenvolver uma frota mais econômica, segura e sustentável. Os recursos, provenientes do Programa Rota 2030, são voltados à atualização tecnológica da cadeia de autopeças e demais fornecedores.

Mais inovação para as associações automotivas

“Temos que agir de forma proativa e o Rota 2030 desempenha um papel muito importante nesse processo. Contempla pesquisa, desenvolvimento e inovação e é a base da industrialização, além de impulsionar a produtividade e a competitividade para o Brasil ter um papel de destaque”, diretor de Inovação do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Mauricio Muramoto.

Para o diretor-executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o lançamento representa um dia significativo para a indústria automotiva brasileira, já que o setor automotivo corresponde a 20% do PIB industrial brasileiro. “É necessário tornar a cadeia automotiva pujante e movimentar a economia em tempos de neoindustrialização e por meio de inovação, que é tão importante para o setor, para a cadeia e para a economia”.

“Poucas pessoas se dão conta da importância dessa nova fase do programa, mas é importante lembrar que o Brasil precisa de um programa estruturante. Só isso possibilitará a retenção de projetos e de profissionais”, disse o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Márcio Vinícius Aguiar.

Cinco ações de inovação 

Entre as ações previstas, está o lançamento de um edital conjunto entre SENAI e Embrapii de R$ 133 milhões para projetos estruturantes, destinados a propostas que envolvam alianças entre empresas e institutos de pesquisa. As propostas apresentadas deverão ter valores entre R$ 10 milhões e R$ 60 milhões, considerando recursos provenientes do Rota 2030.

Os projetos estruturantes são executados e monitorados por diversos stakeholders, que vão desde institutos de ciência e tecnologia até empresas parceiras e entidades representativas, como associações. O objetivo desses projetos é promover o desenvolvimento disruptivo do setor automotivo para o alcance da independência tecnológica em áreas estratégicas.

Outro investimento será feito em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D+I), junto a alianças industriais para acelerar a inovação nas fornecedoras das grandes montadoras automotivas e para estimular projetos de pesquisa e desenvolvimento em toda a cadeia. O investimento do programa prioritário coordenado pelo SENAI será de R$ 70,4 milhões, sendo R$ 44 milhões voltados para projetos já em fase de contratação.

Para fomentar projetos de P&D+I em MPMEs, a Embrapii está disponibilizando mais R$ 30 milhões. Chamada de excepcional, essa modalidade garante aporte de 100% do projeto com recursos não reembolsáveis até R$ 500 mil, com foco em tecnologias para o setor automotivo. 

Outro ponto de investimento são as consultorias hands-on. Voltadas para aumentar a digitalização e a produtividade das empresas da cadeia automotiva, que precisam alcançar as novas exigências tecnológicas do setor, as consultorias contarão com investimento de R$ 34 milhões. A meta é alcançar pelo menos 285 empresas. 

Também serão ofertados mais três cursos de Master Business Innovation (MBI) automotivo: dois em Indústria 4.0 e um curso inédito com foco em mobilidade elétrica.

Rota 2030 em números 

O SENAI já captou no Rota 2030 cerca de R$ 408 milhões, um número expressivo e que está sendo revertido em grandes ações para a cadeia. Ao todo, os programas prioritários do SENAI resultaram em mais de R$ 157 milhões investidos em 68 projetos de P&D+I para a cadeia automotiva, executados por Institutos SENAI de Inovação em parceria com 130 empresas do setor automotivo. 

Além disso, mais de R$ 58 milhões foram investidos em produtividade e digitalização, sendo 367 consultorias já finalizadas e 143 em andamento. Ao todo, 510 empresas do setor automotivo foram beneficiadas nessa iniciativa, com aumento de 39% em produtividade. A partir do programa, já foram finalizadas duas turmas do curso de MBI com 112 profissionais formados e há uma em execução. 

Desde 2019, a Embrapii realizou no Rota 2030 o apoio a 155 projetos de PD&I na cadeia automotiva, com investimento de R$ 263,6 milhões. De 2022 a 2023, houve um aumento de 278% no valor disponibilizado para projetos voltados para a cadeia industrial automotiva, nas áreas de mobilidade e logística.

Os dados se referem ao acumulado de 2023 e apontam para o investimento recorde em projetos que totalizaram R$ 87 milhões no programa. Em 2022, o valor total foi de R$ 23,4 milhões, até então o maior da série histórica.

Os editais estarão disponíveis a partir do dia 21 de novembro no site da Plataforma Inovação para a Indústria.


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